Eleições antecipadas em França fazem subir a aversão ao risco na Europa

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24 Junho 2024

Escrito por
Enrique Díaz-Álvarez

Diretor de Riscos Financeiros da Ebury

Com poucos eventos macroeconómicos ou de política monetária importantes, para além da inflação PCE nos EUA na sexta-feira, o foco do mercado durante esta semana permanecerá na política.

A
s eleições no México, na África do Sul e na Índia provocaram volatilidade nos mercados financeiros, em especial, no mercado cambial. A semana passada a volatilidade mudou-se para a zona euro depois de as eleições para o Parlamento Europeu terem impulsionado os partidos de extrema-direita e levado Macron a convocar eleições antecipadas para a Assembleia em França. As sondagens francesas e o jogo político juntaram-se aos dados macroeconómicos e à política monetária como principal foco de atenção dos investidores, ofuscando a primeira decisão de cortes na taxa de juro do BCE, na passada quinta-feira.

Na semana passada, a maioria das moedas do G10 sofreram algumas perdas mas terminaram perto do ponto de partida, com a notável exceção do iene japonês, prejudicado por um Banco do Japão dovish. No extremo oposto, o rand sul-africano continua a valorizar, com os mercados a celebrarem o acordo entre o Congresso Nacional Africano e a Aliança Democrática Centrista.

Com poucos eventos macroeconómicos ou de política monetária importantes, para além da inflação PCE nos EUA na sexta-feira, o foco do mercado durante esta semana permanecerá na política. Espera-se pouca volatilidade nas eleições britânicas de 4 de julho, uma vez que as sondagens prevêem unanimemente uma maioria trabalhista. A primeira volta das eleições irá realizar-se a 30 de junho e, embora não se esperem resultados definitivos até à segunda volta, haverá informação suficiente para conduzir a negociações potencialmente fraturantes na noite de Domingo e na manhã da Segunda-feira seguinte.

EUR

As consequências políticas das eleições para o Parlamento Europeu e a decisão de Macron de convocar eleições legislativas antecipadas continuam a pesar sobre os activos europeus e, aparentemente, sobre o otimismo empresarial.

Os PMIs da Zona Euro de Junho saíram consideravelmente mais fracos do que o esperado, e a diferença de atividade entre as economias dos EUA e da Europa voltou a aumentar. Mesmo nestas condições o euro teve um desempenho decente, caindo menos de 1% em relação ao dólar.

USD

As notícias económicas dos EUA na semana passada deixaram um sentimento misto, com as vendas a retalho a surpreenderem pela negativa, mas com os índices PMI da atividade empresarial a serem melhores do que o esperado. A crescente aversão ao risco na Europa, provocado pela incerteza nas eleições francesas, apenas pareceu ajudar o dólar americano marginalmente.

Esta semana deverá ser calma, mas o primeiro debate presidencial entre Biden e Trump, na quinta-feira, poderá ser o próximo acontecimento político a agitar os mercados, uma vez que a corrida continua demasiado renhida para ser decidida. Para além da política, o segundo relatório de inflação do mês, os dados das Despesas Pessoais dos Consumidores (PCE), estarão em foco na sexta-feira.

GBP

O Banco de Inglaterra manteve a política inalterada, como esperado, mas sugeriu que pretende começar a cortar as taxas já na próxima reunião, em Agosto. As melhores notícias sobre a inflação, um arrefecimento do mercado de trabalho e os inquéritos PMI da semana passada, mais fracos do que o esperado, apontam na mesma direção. Os mercados estão a fixar preços com probabilidades iguais de tal corte, mas pensamos que, até uma surpresa séria em termos de inflação, o Banco de Inglaterra seguirá os passos do BCE e começará a cortar as taxas.

As perspectivas de uma vitória dos Trabalhistas na próxima semana são, de facto, positivas para a Libra, uma vez que os mercados continuarão a avaliar a existência de laços mais estreitos com a União Europeia. Por conseguinte, não vemos o corte de Agosto a pesar sobre a libra esterlina a médio prazo.

 

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