Dólar estende ganhos com recuperação da inflação nos EUA
( Tempo de leitura: 4 minutos )
- Voltar
- Latest
Uma modesta surpresa ascendente nas leituras da inflação nos EUAem Setembro contribuiu para a pressão ascendente sobre os rendimentos de longo prazo dos EUA, o que está a sustentar a recuperação do dólar americano.
No entanto, a recuperação foi mais moderada, com a maioria das moedas a terminar a semana a 1% de onde começaram, sugerindo que o desempenho económico superior dos EUA está agora totalmente precificado e que será difícil para o dólar subir muito mais no curto prazo.
O foco volta-se para a Europa esta semana. O fluxo de notícias será dominado pela reunião de outubro do BCE, na quinta-feira, onde se espera que os decisores políticos cortem mais 25 pontos base, perante os sinais de estagnação económica ou pior ainda na zona euro.
Há mais incerteza quanto ao tom das comunicações do BCE, especialmente quanto ao grau de preocupação do banco central com o notável enfraquecimento recente dos principais indicadores económicos.
Também temos um conjunto de dados importantes provenientes do Reino Unido, começando com os dados de emprego para os meses de Agosto e Setembro, na terça-feira, e depois a inflação CPI de Setembro, na quarta-feira. Por outro lado, será uma semana relativamente tranquila nos EUA.
EUR
As leituras sombrias da economia da zona euro continuam a pesar sobre a moeda comum, embora o anúncio de medidas agressivas de estímulos na China tenha neutralizado um pouco o pessimismo. O foco dos mercados estará no tom das comunicações da reunião de outubro do BCE, na quinta-feira.
O banco central normalmente resiste a comunicar excessivamente, especialmente em reuniões como a desta semana, onde as previsões não serão atualizadas. A falta de compromisso com um calendário agressivo de cortes nas taxas de juro poderá finalmente estabelecer um limite para a moeda comum.
USD
As taxas de juro de longo prazo, e o dólar, subiram de forma constante desde que atingiram um mínimo logo após o corte de 50 pontos base da Reserva Federal.
Os números da inflação da semana passada alimentaram ainda mais esta tendência.
A inflação “core” para Setembro foi superior ao esperado, e o nosso indicador de inflação preferido, a média móvel de três meses deste índice, subiu agora durante três meses consecutivos para um nível anualizado mais próximo de 4% do que de 3%.
Isto ainda não é suficiente para inviabilizar o compromisso da Reserva Federal de um corte em cada uma das suas restantes reuniões de 2024. Contudo, o facto de a economia dos EUA estar a crescer 3% e o mercado de trabalho estar em pleno emprego, sugere que o nível de taxas mais baixas dos EUA esteja mais próximo do que o mercado esteja atualmente a precificar.
GBP
A libra recuou do seu forte rally de 2024 nas últimas duas semanas. Um recuo desencadeado inicialmente por comentários dovish do governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey.
No entanto, pensamos que o cenário de alta para a libra se mantém, apoiado por uma valorização atractiva, taxas relativamente elevadas e uma economia resiliente. Esta semana, os vários dados do mercado de trabalho e, principalmente, a divulgação da inflação serão um teste para a divisa, e na nossa opinião deverão apoiar a libra.
A maioria dos economistas espera que os dados laborais sejam consistentes com uma economia de pleno emprego e que os números da inflação apresentem uma tendência descendente, mas ainda consideravelmente acima das metas do Banco de Inglaterra, sendo que ambos deverão apoiar a libra.
🔊 Quer estar por dentro de todas as novidades do mercado cambial? Não perca o FXTalk!.
Quer saber mais sobre o mercado de câmbios e como os nossos peritos o podem ajudar? Contacte-nos.